Laços eternos
Ninguém é de ninguém
Um amor de verdade
Onde está tereza?
Quando é preciso voltar
Violetas na janela
Quando chegar a hora
Viver
Pelas portas do coração-poema viver

O RIACHO E O PÂNTANO

Era uma vez, um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que serpenteava entre as montanhas.
Em certo ponto de seu percurso, notou que a sua frente havia um pântano, por onde deveria passar, olhou, então, para Deus e protestou: “Senhor, que castigo!...”.
Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso e você me obriga a um pântano sujo como este? Como faço agora?”“.
Deus respondeu:
“Isso depende da sua maneira de encarar o pântano”.
Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo do seu curso, dará voltas e inevitavelmente acabarás misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele.
Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas que formarão nuvens e o vento levará essas nuvens sobre o oceano. Ai, você se transformará em mar. ““.
*************************Assim é a vida... As pessoas engatinham nas mudanças...

Na maioria das vezes quando ficam assustadas, paralisadas, pesadas, tornam-se tensas e perdem a fluidez, a força...
É preciso entrar pra valer nos projetos da vida, até que o rio se transforme em mar.
Se uma pessoa passar a vida toda evitando o sofrimento, também acabará evitando o prazer que a vida oferece.
Há milhares de tesouros guardados em lugares onde precisamos ir para descobri-los.
Há tesouros guardados num projeto, numa praia deserta, nas montanhas, numa noite estrelada, numa viagem inesperada, numa busca desejada...
O mais importante é ir ao encontro deles..., ainda que isso exija uma boa dose de coragem e desprendimento.
Não procure sofrimento. Mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.
Arrisque, ouse, avance na vida. Ela é uma aventura gratificante para quem tem coragem de arriscar.
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APOIOS ESQUECIDOS...

Charles Plumb era piloto e, certa vez, seu avião foi derrubado,
durante uma missão de combate.
Ele saltou de pára-quedas, salvando a vida.
Caiu em campo inimigo,
foi capturado e passou seis anos como prisioneiro.
Sobreviveu e ao retornar ao seu país,
começou a fazer palestras, relatando a
sua odisséia e o que a prisão lhe ensinara.
Certo dia, em um restaurante, foi saudado por um homem:
“Olá, você é Charles Plumb,
o piloto que teve seu avião derrubado, não é mesmo?”
“Sim”, respondeu. “como você sabe?”
“Ora, era eu quem dobrava o seu pára-quedas.
Parece que funcionou bem, não é verdade?”
O piloto ficou boquiaberto.
Muito grato, afirmou: “Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje.”
Naquela noite, ele não conseguiu dormir, pensando e pensando.
“Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse
‘bom dia?’ eu era um piloto arrogante e ele, um simples marinheiro.”
Pensou nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco,
em meio a tantos outros pilotos, tão senhores de si,
como ele próprio se considerava.
Pensou que o marinheiro teve em suas mãos
habilidosas, que enrolavam os fios de seda
dos pára-quedas, as vidas de tantos que nem conhecia.
Mas a sua tarefa bem realizada era a responsável
por vários deles continuarem a viver.
Todos os que haviam precisado de um pára-quedas, um dia.
Hoje, quando Plumb inicia as suas palestras,
o faz perguntando à platéia:
“Quem dobrou o seu pára-quedas hoje?”
Porque a vida é assim.
Todos temos alguém cujo trabalho é importante
para que possamos seguir adiante.
Precisamos de muitos pára-quedas durante o dia:
físicos, emocionais, mentais, espirituais.
Precisamos do coletivo e o motorista nos conduz,
tendo nas suas mãos as nossas vidas.
Mas nem o olhamos.
Na repartição,
aguardamos o cafezinho com quase ansiedade,
desejando realizar a pausa entre as tarefas e saboreá-lo, com calma.
No entanto, nos esquecemos de olhar nos olhos da funcionária que o serve,
de a cumprimentar, de perguntar se está bem.
Sequer lhe sabemos o nome.
Entramos no elevador, dizemos o andar que desejamos,
sem desejar um bom dia ao ascensorista que passa horas, dentro daquela caixa
que sobe e desce, sem parar.

Por vezes, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante.
Esquecemos das pessoas que nos salvam no momento
oportuno sem que lhes tenhamos pedido.
Dos que nos suportam,
dos que nos oferecem o ombro amigo para chorar.
Dos que ouvem as nossas lamúrias e as nossas alegrias.

Deixamos de saudar, de agradecer,
de dizer algo amável, de sorrir.

E que dirá dos amigos espirituais?
Nosso anjo de guarda que se desvela em cuidados?
Deus, que todos os dias,
pinta quadros novos de beleza para nosso deleite?
Deus, cujo amor nos sustenta,
cuja misericórdia nos alcança.
Lembremos de mostrar nossa gratidão.
Um telefonema, um sorriso às pessoas.
Um pequeno cartão.
Um mimo inesperado em invólucro delicado.

Um instante de reflexão. Uma prece.
Uma oração de gratidão.

“Obrigado, Senhor, por tudo que eu tenho.
Por tudo que me dás. Pelo pão, pelo ar, pela paz.
Por minha vida. Pela vida dos meus amores.

Ser pai é ser ...

Ser pai é ser criança,
aprendendo e vivendo
sempre coisas novas e
Pois só assim é que se cresce
Ser pai é ser filho,
seguindo e trilhando os rumos
traçados pelos pais
Pois eles só querem o nosso bem
Ser pai é ser irmão,
sendo um pai dos filhos
mais novos e mais velhos
Pois desta maneira se treina para paternidade

Ser pai é ser amigo,
compreendendo e ajudando os amigos
que precisam de um pai
Pois eles retribuirão com gratidão
Ser pai é ser avô,
observando e encaminhado
os filhos a serem bons pais
Pois eles conseguirão a maturidade

Ser pai é ser mestre,
espalhando a sabedoria e seus conhecimentos
Pois é assim que se constrói um mundo melhor
Ser pai é ser pai,
orientando e os filhos a
seguirem o bom caminho
Pois só assim se obtém a felicidade
Ser pai é ser como Cristo,
educando e praticando seus ensinamentos
Pois é assim que se conquista a benção de Deus

O velho Serapião

Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade.
Ao seu lado, o fiel escudeiro,
um vira-lata que atendia pelo nome de Malhado.
Serapião não pedia dinheiro.
Aceitava sempre um pão, uma banana,
um pedaço de bolo ou um almoço feito com sobras de comida dos mais abastados.
Quando suas roupas estavam imprestáveis,
logo era socorrido por alguma alma caridosa.
Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras.
Serapião era conhecido como um homem bom,
que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade.
Não bebia bebida alcoólica, estava sempre tranqüilo,
mesmo quando não havia recebido nem um pouco de comida.
Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora que Deus determinava, alguém lhe estendia uma porção de alimentos.
Serapião agradecia com reverência e rogava a Deus pela pessoa que o ajudava.
Tudo que ganhava, dava primeiro para o malhado, que, paciente,
comia e ficava a esperar por mais um pouco.
Não tinha onde dormir, onde anoiteciam, lá dormiam.
Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte e,
ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte.
Aquela figura me deixava sempre pensativo,
pois eu não entendia aquela vida vegetativa,
sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor.
Certo dia, com a desculpa de lhe
oferecer umas bananas fui bater um papo com o velho Serapião.
Iniciei a conversa falando do Malhado,
perguntei pela idade dele, o que Serapião, não sabia.
Dizia não ter idéia, pois se encontraram um certo dia
quando ambos andavam pelas ruas e falou:
- Nossa amizade começou com um pedaço de pão,
ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço e ele agradeceu,
abanando o rabo, e daí, não me largou mais.
Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso.
Curioso perguntei:- Como vocês se ajudam?- Ele me vigia quando estou dormindo;
ninguém pode chegar perto que ele late e ataca.
Também quando ele dorme,
eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode.
Continuando a conversa, perguntei:
- Serapião, você tem algum desejo na vida?- Sim, respondeu ele
- tenho vontade de comer um cachorro quente,
daqueles que a Zezé vende ali na esquina.
- Só isso? Indaguei.- É, no momento é só isso que eu desejo.
- Pois bem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Saí e comprei um cachorro quente para o mendigo.
Voltei e lhe entreguei.
Ele arregalou os olhos, deu um sorriso,
agradeceu a dádiva e em seguida tirou a salsicha,
deu para o Malhado, e comeu o pão com os temperos.
Não entendi aquele gesto do mendigo,
pois imaginava ser a salsicha o melhor pedaço,
não contive e perguntei intrigado:
- Por que você deu para o Malhado, logo a salsicha?Ele com a boca cheia respondeu:
- Para o melhor amigo, o melhor pedaço!E continuou comendo, alegre e satisfeito.
Despedi-me do Serapião, passei a mão na cabeça do Malhado e sai pensando.
Aprendi como é bom ter amigos.
Pessoas em que possamos confiar.
Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal.
Jamais esquecerei a sabedoria daquele eremita:
"PARA O MELHOR AMIGO O MELHOR PEDAÇO"
"As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros.
Leve-as no caração.